Desde há décadas, a África constitui-se como objeto de muita produção intelectual e artística pelo mundo. Não raro, a par do trabalho rigoroso, a simpatia política e o engajamento ideológico determinaram abordagens analíticas e narrativas que, mesmo quando se debruçaram sobre períodos mais remotos, tomaram como referente as transformações em épocas recentes.
As análises sobre o colonialismo corroboram tais disputas e embates. Afinal, o colonialismo tem sido visto tanto como um mero verniz, destinado a estalar com a retomada dos valores africanos e com a reedificação de uma arquitetura política africana, quanto como um fenômeno causador de transformações que tornaram o continente quase irreconhecível, criando obstáculos intransponíveis à almejada recuperação de uma identidade ou, mesmo, das identidades africanas.
Meio século de independência não trouxe menos convulsões e mudanças do que o precedente século de colonialismo e a sucessão de mutações políticas e sociais parece não ter fim. Ainda que hoje ninguém mais esteja sentado confortavelmente sobre a história, estando todos sujeitos à contingência e à incerteza, num certo sentido a África ainda se constitui como um laboratório social e um sugestivo campo de interpelações para os historiadores e cientistas sociais.
Para este número da Revista TEL aceitar-se-ão textos que, empiricamente fundados e teoricamente balizados, ilustrem processos de mudança ou contenham reflexões sobre os significados das mutações em África nos derradeiros séculos.
Os textos, sujeitos a peer-review, deverão ter o mínimo de 7500 palavras e seguir as regras editoriais da revista
Oseias de Oliveira
Depto de História - Irati
UNICENTRO - PR - Brasil